Questão 1: UNIFAFLU
Segundo o historiador Francisco Fernando Monteoliva
Doratioto, a partir da década de 1960, a historiografia sobre a Guerra do Paraguai
foi dominada pela explicação que aponta o imperialismo britânico como principal
fator do conflito:
"Esse revisionismo pincelou o despotismo de Solano
López com tintas antiimperialistas e mistificou sua tirania, a ponto de essa
interpretação tornar-se, sugestivamente, ideologia de Estado no Paraguai
durante a ditadura do General Alfredo Stroessner (1954-1989). Em outros países
da América Latina, tal interpretação foi adotada por setores autoritários da
esquerda, em guerra ideológica com o pensamento liberal, ou, ainda, por autores
populistas.
A Guerra do Paraguai, para este revisionismo, resultou do
confronto premeditado entre duas estratégias de crescimento econômico: a do
país guarani, sem vinculação com os centros capitalistas, e as da Argentina e
do Brasil, baseadas no ingresso de recursos financeiros e tecnológicos
estrangeiros. Estes dois países, por esta interpretação, teriam sido
manipulados pela Grã-Bretanha para aniquilar o desenvolvimento autônomo
paraguaio, abrindo um novo mercado consumidor para os produtos britânicos e
fornecedor de algodão para as indústrias têxteis inglesas."
(Formação dos Estados nacionais e expansão do capitalismo no
século XIX, In: História do Cone Sul, Rio de Janeiro: Revan; Brasília: Editora
UNB, 1998.)
Considere as afirmativas a seguir, a respeito das origens do
conflito do ponto de vista dos não-revisionistas:
I. a origem do conflito encontra-se na necessidade imperiosa
que tinha o Paraguai de garantir uma saída segura para o mar. Isto porque a
ditadura de Solano López necessitava ampliar as exportações de erva-mate de
maneira a aumentar os recursos monetários do país e, assim, contribuir para o
financiamento da modernização das atividades ligadas à defesa nacional;
II. Solano López desencadeou a guerra contra o Brasil e,
logo a seguir, contra a Argentina, "devido a uma percepção errônea do
poderio nacional paraguaio", fruto de uma cultura política ditatorial e
isolacionista; as conseqüências da ação militar paraguaia no Prata foram mal
ponderadas por um poder unipessoal;
III. a Grã-Bretanha manteve uma posição de neutralidade, o
que não impediu que os banqueiros britânicos concedessem empréstimos ao governo
brasileiro durante o conflito; esta iniciativa privada foi apenas norteada pela
lógica empresarial de investir no rival com maiores chances de triunfo,
garantindo, assim, maior segurança ao capital;
IV. a Grã-Bretanha tinha sido a potência européia mais
beneficiada pelo crescimento econômico do Paraguai: 75% das importações
paraguaias eram originárias desse país, intermediadas por comerciantes ingleses
estabelecidos em Buenos-Aires.
Assinale:
A - se somente
a afirmativa III estiver correta;
B - se
somente as afirmativas I e IV estiverem corretas;
C - se
somente as afirmativas II e IV estiverem corretas;
D - se somente as afirmativas I, II e III
estiverem corretas;
E - se todas
as afirmativas estiverem corretas.
Questão 2: UNIFAFLU
A República criou uma cidadania precária, porque calcada
na manutenção da iniqüidade das estruturas sociais - acentuou as distâncias entre
as diversas regiões do país, cobrindo-as com a roupagem do federalismo difuso
da política dos governadores - ou dando continuidade à geografia oligárquica do
poder que, desde o Império, diluía o formalismo do Estado e das
instituições.(SALIBA, Elias Thomé. Raízes do riso: a representação humorística
na história brasileira; da Belle Époque aos primeiros tempos do rádio. São
Paulo: Companhia das Letras, 2002. p. 67.)
O fragmento de texto acima refere-se aos primeiros tempos da
República no Brasil. É correto afirmar que a implantação da República:
A - renovou as
instituições políticas, ampliando o poder do Estado e dissolvendo os poderes
locais;
B - alterou
radicalmente a estrutura social do Império, devido à ascensão da burguesia e
declínio da aristocracia;
C - introduziu
um modelo federalista, que permitiu maior autonomia local e integração
nacional;
D - manteve os
desníveis sociais presentes no Império e não ofereceu ampliação significativa
dos direitos de cidadania;
E - centralizou
agudamente o poder nas mãos dos governadores, diminuindo as atribuições das
instituições políticas e do presidente da República.
Questão 3: UNIFAFLU
Observe o cartum a seguir, que faz referência à Proclamação
da República no Brasil. Revista
Ilustrada, 16 nov. 1889.Considere as seguintes afirmações, referentes a
elementos do cartum:
I . A figura
feminina empunhando a bandeira representa a nova república brasileira,
instaurada através do Golpe Militar de 15 de novembro.
II. A bandeira representada na imagem constituiria a versão
preliminar da atual, que seria acrescida da divisa positivista.
III. Em segundo plano, montado a cavalo, aparece a figura do
suposto “proclamador” da República, o Marechal Floriano Peixoto.
Quais estão corretas?
A - Apenas II.
B - Apenas I e II.
C - Apenas I
e III.
D - Apenas II
e III.
E - I, II e
III.
Questão 4: UNIFAFLU
A proclamação da República no Brasil está longe de ser considerada
um momento de transformação revolucionária, embora ela tenha trazido algumas
mudanças significativas. Uma característica inovadora dos primeiros anos da
nova forma de governo foi:
A - a
valorização de um novo produto de exportação;
B - a adoção
do sistema parlamentarista;
C - a política de investimentos nas
sociedades anônimas;
D - a
popularidade do novo regime;
E - o direito
de toda a população ao voto.
Questão 5: UNIFAFLU
A bandeira brasileira não exprime a política nem a história.
É um símbolo da natureza: floresta, ouro, céu, estrela e ordem. É o
Brasil-jardim, o Brasilparaíso terrestre. O mesmo fenômeno pode ser observado
no Hino Nacional, que canta mares mais verdes, céus mais azuis, bosques como as
flores e nossa vida de ‘mais amores’. (...) O mito do país-paraíso nos persuade
de que nossa identidade e grandeza se acham predeterminadas no plano natural:
somos sensuais, alegres e não-violentos.(Marilena Chauí, Folha de S. Paulo, 26
março 2000)
A construção desse mito tem como pressuposto a seguinte
posição ideológica:
A - sentimentos
patrióticos estimulam a crítica popular;
B - acontecimentos políticos independem
das lutas sociais;
C - momentos
sangrentos impõem a afirmação nacionalista;
D - fanatismos
religiosos determinam a estrutura socioeconômica.
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